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Mostrando postagens de agosto 23, 2020

Estilhaços: antologia-cais de poesia haitiana contemporânea

Esta (quase) resenha é sobre travessias e Estilhaços . Sobre Haiti e Brasil, Haiti-Brasil-Haiti, em modo repetição. Sobre Estilhaços , estes laços, estes aços, este tudo-tanto literário que é, de fato, uma enorme pena desconhecermos. É também sobre “breviários de cantos” e sobre desatar o silêncio do poema (p.29), como escreve Frankétienne, polivalente poeta haitiano. É, sobretudo, sobre elos que apontam para encontros e constroem cais nas Américas pós-coloniais. E me ancoro nas palavras do poeta e musicista brasileiro Milton Nascimento em sua ode ao mar-caminho-cais: “Invento o mar / Invento em mim o sonhador / Para quem quer me seguir / Eu quero mais / Tenho o caminho do que sempre quis / E um Saveiro pronto pra partir / Invento o cais / E sei a vez de me lançar”.  Esta (quase) resenha é sobre travessias e Estilhaços . Estilhaço s, a primeira antologia brasileira bilíngue, francês-português, de poesia haitiana contemporânea, publicada em 2020 pelo Selo Demônio Negro. Uma antologia-ca

Teresa - Manuel Bandeira

  A primeira vez que vi Teresa Achei que ela tinha pernas estúpidas Achei também que a cara parecia uma perna Quando vi Teresa de novo Achei que os olhos eram muito mais velhos que o resto do corpo (Os olhos nasceram e ficaram dez anos esperando que o resto do corpo nascesse) Da terceira vez não vi mais nada Os céus se misturaram com a terra E o espírito de Deus voltou a se mover sobre a face das águas. Manuel Bandeira Nasceu a 19 Abril 1886 , na cidade de Recife, Pernambuco e faleceu no dia  13 Outubro 1968 no Rio de Janeiro. Manuel Carneiro de Sousa Bandeira Filho foi um poeta, crítico literário e de arte, professor de literatura e tradutor brasileiro.