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Mostrando postagens de agosto 2, 2020

Diário - Solange Rebuzzi

Rio, 14.07.2020 Rios e árvores no extremo norte do país e um sopro alto na sombra da sumaúma. Uma linha longe do horizonte largo palpita no coração da floresta. Os índios protegem os corpos em pequenas embarcações por onde correm as margens com o barro que escorre fresco. Apenas os murmúrios acontecem sobre o caminho cego. * Rio, 23.07.2020 Flor-de-maio Não só na sombra das flores-de-maio, mas nas roseiras de junho e julho vermelhas de rosas e vergadas no peso da antiguidade, sim, porque o peso não é brando e é rude demais este momento. Sim, e sempre porque no instante em que escrevo nascem crianças ao redor do mundo e a grande força da natureza em torno de mim - por sobre as copas verdes das árvores - sobressai e clama aos lábios abertos do mundo! Rio, 2.08.2020 Escrevo com os olhos e a boca fixados no horizonte desta manhã blu de luz Encontro relatos de mentiras de muitos  e a verdade sem rosto fincada em alguns Amanhece... A memória não acalma habita a solidão dos dias - sem ponto

A bordo do Clementina e depois - Solange Rebuzzi 2020

SINOPSE: Num misto de romance, ensaio histórico e investigação da genealogia familiar, Solange Rebuzzi nos leva a bordo do Clementina, navio que trouxe seus antepassados da Itália para o Brasil em 1877. A família que saiu do povoado de San Benedetto Po, na Lombardia, se instalou na cidade de João Neiva, no Espírito Santo, e é a partir da trajetória de seus familiares que a autora (re)constrói esta história – que também faz parte da própria história da formação do povo brasileiro, de uma terra que sempre atraiu imigrantes de todas as partes do mundo. https://www.7letras.com.br/a-bordo-do-clementina-e-depois.html Fotografia:  José Eduardo Barros                     Instagram : @ barrosballard  

Viagens - Virginia Woolf

Título: Viagens  Autora:   Virinia Woolf Tradutor: Jorge Vaz de Carvalho Publicação:   09/ 2018 País:  Portugal Editora:  Relógio D'Água Sinopse:   Em companhia dos irmãos, de amigos, e mais tarde com o marido Leonard, Virginia Woolf viajou da adolescência até quase ao fim da vida. Conheceu Espanha, que veio a considerar um país magnífico, apesar do invariável céu azul. Passou por Lisboa e Porto. Visitou por diversas vezes a Grécia. Perdeu-se pelas ruelas de Constantinopla e sentiu-se fascinada pelas suas principais mesquitas. Em Itália, deu particular atenção a Veneza, Florença e Siena. Na Alemanha, o centro da sua atenção foi Bayreuth. Em meados dos anos 30, visitou a França e deslocou-se à Holanda. Mas viajar nunca foi para ela uma descrição de lugares, referenciados com anotações brilhantes. Como escreveu Jorge Vaz de Carvalho, na Introdução: «Nunca abusa no gosto pelo detalhe pitoresco ou prelecção erudita. Percebemos como a escritora evita obsessivamente os estilos de guia tu

LE HORLA

Dialogues initiés par : tiret -  guillemet LE HORLA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .  8 mai . — Quelle journée admirable ! J’ai passé toute la matinée étendu sur l’herbe, devant ma maison, sous l’énorme platane qui la couvre, l’abrite et l’ombrage tout entière. J’aime ce pays, et j’aime y vivre parce que j’y ai mes racines, ces profondes et délicates racines, qui attachent un homme à la terre où sont nés et morts ses aïeux, qui l’attachent à ce qu’on pense et à ce qu’on mange, aux usages comme aux nourritures, aux locutions locales, aux intonations des paysans, aux odeurs du sol, des villages et de l’air lui-même. J’aime ma maison où j’ai grandi. De mes fenêtres, je vois la Seine qui coule, le long de mon jardin, derrière la route, presque chez moi, la grande et large Seine, qui va de Rouen au Havre, couverte de bateaux qui passent. À gauche, là-bas, Rouen, la vaste ville aux toits bleus, sous