Rio, 14.07.2020 Rios e árvores no extremo norte do país e um sopro alto na sombra da sumaúma. Uma linha longe do horizonte largo palpita no coração da floresta. Os índios protegem os corpos em pequenas embarcações por onde correm as margens com o barro que escorre fresco. Apenas os murmúrios acontecem sobre o caminho cego. * Rio, 23.07.2020 Flor-de-maio Não só na sombra das flores-de-maio, mas nas roseiras de junho e julho vermelhas de rosas e vergadas no peso da antiguidade, sim, porque o peso não é brando e é rude demais este momento. Sim, e sempre porque no instante em que escrevo nascem crianças ao redor do mundo e a grande força da natureza em torno de mim - por sobre as copas verdes das árvores - sobressai e clama aos lábios abertos do mundo! Rio, 2.08.2020 Escrevo com os olhos e a boca fixados no horizonte desta manhã blu de luz Encontro relatos de mentiras de muitos e a verdade sem rosto fincada em alguns Amanhece... A memória não acalma habita a solidão dos dias - sem ponto
Espaço criativo, ambiente de troca e reflexões sobre livros, literatura e artes.