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Mostrando postagens de abril 4, 2021

Você deveria ler Matilde Campilho

  Era 2016, eu estava em um congresso [1] sobre literatura na UERJ, sentada ao lado de dois pesquisadores no tablado que ficava ao fundo da sala. A cena era essa, sete pesquisadores à postos para apresentar suas pesquisas e uma singela plateia de um pouco mais de dez pessoas, prontas a assistir e comentar sobre as comunicações. Entre os sete, eu era a última a me apresentar e eu conto isso com vivacidade e riqueza de detalhes a fim de explicar o motivo exato da escolha para esta resenha que escrevo. Chateada pela minha posição, mas igualmente curiosa pela apresentação dos colegas, ouvi a todos pacientemente, inclusive impressionada pelas pesquisas originais e distintas. Por acaso, os dois colegas ao meu lado tratariam sobre o mesmo livro, do qual eu nunca tinha ouvido falar. Portuguesa radicada no Brasil entre 2011 e 2013, ela havia publicado um livro em 2015, livro esse que era um sucesso de vendas e publicidade, recomendado por Carlito Azevedo, um poeta já reconhecido pelo público,

rascunhando personas

rascunhando personas há tirésias por toda parte portanto, se você tem medo da verdade não fique muito tempo na presença de crianças, mendigos e loucos dê sua esmola, gorjeta ou deixe o seu gracejo e vaze num lampejo pois esses tipos não têm tempo nem paciência para seres espantados e atônitos há cassandras por toda esquina nas feiras, nas filas de auxílio emergencial, nas salas de espera mas é mais fácil chamar de louca, histérica e seguir uma vidinha cheia de crenças limitantes que te fazem sentir, no entanto, "como reizinhos importantes" com seus livros e suas estantes (os intelectuais, meus deuses, são aqui os mais irritantes) há antígonas com toda a sina essas estão em centenas, milhares quando caladas, ainda falam e creontes – os mais infelizes – (há um mesmo em meu país) mais terrível que o irmão de jocasta sem um belo e sábio filho, como hémon, claro que nos faria o favor de aconselhá-lo finalmente, há édipos eu mesma me sinto uma édipo fêmea insistindo em ler o orácul