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Mostrando postagens de fevereiro 14, 2021

Dostoiévski nas telas do cinema

  Dizer que Fiódor Dostoiévski (1821 – 1881) é um dos escritores mais importantes do cânone romanesco é verdade trivial; que suas obras têm sido, desde o surgimento do cinema, relidas e adaptadas às telas, também não é novidade alguma para muitos amantes da sétima arte. Aliás, Luiz Fernando Carvalho, responsável por importantes adaptações cinematográficas de obras literárias no Brasil, já declarou em entrevista que “Dostoiévski é o maior cineasta do mundo” (CARVALHO, 2017). Assim, o diretor desnuda a relação mais que estreita que o cinema manteve e mantém com a obra do autor d’ Os irmãos Karamázov . No entanto, nem sempre essa relação entre filme/romance é tão evidente. Não raro, cineastas empreendem uma espécie de leitura “impura” da obra em que se inspiram (BAZIN, 2018)... Se quisesse citar filmes cujas narrativas retomam as obras de Dostoiévski de maneira livre, acho que poderia ocupar grande parte do espaço que me resta neste texto apenas com títulos famosos. Lembro ao leitor apena

Hino Nacional - Carlos Drummond de Andrade

Precisamos descobrir o Brasil! Escondido atrás das florestas, com a água dos rios no meio, o Brasil está dormindo, coitado. Precisamos colonizar o Brasil. O que faremos importando francesas muito louras, de pele macia, alemãs gordas, russas nostálgicas para garçonnettes dos restaurantes noturnos. E virão sírias fidelíssimas. Não convém desprezar as japonesas. Precisamos educar o Brasil. Compraremos professores e livros, assimilaremos finas culturas, abriremos dancings e subvencionaremos as elites. Cada brasileiro terá sua casa com fogão e aquecedor elétricos, piscina, salão para conferências científicas. E cuidaremos do Estado Técnico. Precisamos louvar o Brasil. Não é só um país sem igual. Nossas revoluções são bem maiores do que quaisquer outras; nossos erros também. E nossas virtudes? A terra das sublimes paixões… os Amazonas inenarráveis… os incríveis João-Pessoas… Precisamos adorar o Brasil. Se bem que seja difícil caber tanto oceano e tanta solidão no pobre coração já cheio de co