La Peau de chagrin é um romance de 1831 escrito por Honoré de Balzac. Incluído nos Études philosophiques ("Estudos filosóficos"), o livro faz parte da Comédia Humana.
Este romance pode ser considerado a sua obra mais importante entre aquelas do início da carreira, quando ainda o jovem Balzac escrevia sob a influência da literatura gótica.
Num clima de pesadelo, esta narrativa simbólica é a história de Rafael de Valentin, dono de uma pele de onagro*. Esse objeto misterioso, cuja origem é oriental, possui gravado em seu verso a seguinte mensagem :
Se me possuíres, possuirás tudo. Mas tua vida me
pertencerá. Deus quis assim. Deseja, e teus
desejos serão realizados. Mas regula
teus desejos por tua vida. Ela
está aqui. A cada desejo,
decrescerei assim como
teus dias. Queres-me?
Toma-me. Deus
te atenderá.
Assim
seja!
Porém, nem tudo é tão fácil assim. A cada desejo atendido, a pele de onagro além de diminuir o seu tamanho, ela diminui o tempo de vida do seu detentor.
Nesse livro, encontramos várias semelhanças entre Rafael e Balzac: ambos escreveram um tratado filosófico, o "Tratado da Vontade" (Balzac ainda era adolescente), ambos moraram em sótãos enquanto passavam por privações e ambos tiveram de enfrentar os credores.
Obra de transição ou aprendizado, encontramos nela dois elementos díspares: a tentativa realista, que ficou em segundo plano, de pintar o retrato fiel de uma mulher manipuladora (simbolizado pela personagem Fedora) e a presença do fantástico, representada pelo objecto mágico, que acaba por se impor e dominar a narrativa.
A pele de Onagro foi um grande sucesso de público à época da sua publicação, sendo igualmente elogiado pela crítica. Contudo, com o passar do tempo sua importância cresceu e hoje, mesmo apresentando alguns pequenos defeitos na sua construção, o livro pode ser considerado como a primeira obra-prima de Balzac.
* O onagro, conhecido também como asno selvagem asiático, é uma subespécie de jumento encontrado nos desertos da Síria, Irã, Paquistão, Índia, Israel, e Tibete.
Livro La peau de Chagrin - versão em francês:
https://gallica.bnf.fr/essentiels/balzac/peau-chagrin
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