Jean de la Fontaine nasceu no dia 08 de julho de 1621, na pequena cidade de Château-Thierry. Estudou teologia em Paris, mas sua paixão sempre foi a literatura.
Protegido pelo superintendente de Finanças do rei Luís XIV, Nicolas Fouquet, la Fontaine frequentou os mais importantes salões literários da sua época.
Escreveu o romance "Os Amores de Psique e Cupido" (1669) e tornou-se próximo de grandes nomes da literatura francesa como os escritores Corneille, Madame de Sévigné, Racine, Voltaire e Molière.
Um ano antes, em 1668, publicou suas primeiras fábulas em um volume intitulado "Fábulas Escolhidas". Essa coletânea de 124 histórias, dividida em seis partes foi dedicada ao filho do rei Luís XIV.
Magistralmente escritas, essas fábulas têm como personagens principais animais que se personificam. Além disso, apresentam sempre ao seu final uma “Moral da história”, que é uma interpretação ou breve análise. Por possuir uma linguagem simples e atraente, as fábulas de La Fontaine fizeram muito sucesso na época do seu lançamento até hoje são mundialmente
conhecidas.
Eleito membro da Academia Francesa em 1684, la Fontaine ocupou a cadeira de número 24 até o dia 13 de março de 1695, data da sua morte.
A seguir, duas famosas fábulas de la Fontaine (francês e tradução livre)
Amusez-vous bien!
La cigale et la fourmi
La cigale ayant chanté
Tout l'été,
Se trouva fort dépourvue
Quand la bise fut venue.
Pas un seul petit morceau
De mouche ou de vermisseau.
Elle alla crier famine
Chez la Fourmi sa voisine,
La priant de lui prêter
Quelque grain pour subsister
Jusqu'à la saison nouvelle.
Je vous paierai, lui dit-elle,
Avant l’août, foi d'animal,
Intérêt et principal.
La Fourmi n'est pas prêteuse,
C'est là son moindre défaut.
Que faisiez-vous au temps chaud ?
Dit-elle à cette emprunteuse.
Nuit et jour à tout venant,
Je chantais, ne vous déplaise.
Vous chantiez ? j'en suis fort aise,
Eh bien! dansez maintenant.
A cigarra e a formiga
Tendo a cigarra cantado durante todo o verão,
encontrava-se completamente sem provisões para passar o inverno.
Sem nenhuma mosca ou verme para se alimentar,
com fome, foi ver a formiga, sua vizinha,
pedindo-lhe alguns grãos para aguentar
até a chegada da nova estação:
- "Eu lhe pagarei", disse ela
encontrava-se completamente sem provisões para passar o inverno.
Sem nenhuma mosca ou verme para se alimentar,
com fome, foi ver a formiga, sua vizinha,
pedindo-lhe alguns grãos para aguentar
até a chegada da nova estação:
- "Eu lhe pagarei", disse ela
"Antes do verão, te dou minha palavra,
Pagarei com juros e tudo mais."
A formiga que não gosta muito de dividir suas economias - sendo
Pagarei com juros e tudo mais."
A formiga que não gosta muito de dividir suas economias - sendo
esse um dos seus defeitos - pergunta à cigarra sem muitos rodeios:
"O que você fazia no calor de outrora?"
- "Noite e dia, eu cantava no meu posto,
espero que você não se importe."
- "Você cantava? Que maravilha! Pois, então, dance agora!"
Le corbeau et le renard
Maître Corbeau sur un arbre perché,
Tenait en son bec un fromage.
Maître Renard par l’odeur alléché
Lui tint à peu près ce langage :
Et bonjour, Monsieur du Corbeau.
Que vous êtes joli ! que vous me semblez beau !
Sans mentir, si votre ramage
Se rapporte à votre plumage,
Vous êtes le Phénix des hôtes de ces bois.
À ces mots le Corbeau ne se sent pas de joie:
Et pour montrer sa belle voix,
Il ouvre un large bec, laisse tomber sa proie.
Le Renard s’en saisit, et dit : Mon bon Monsieur,
Apprenez que tout flatteur
Vit aux dépens de celui qui l’écoute.
Cette leçon vaut bien un fromage sans doute.
Le Corbeau honteux et confus
Jura, mais un peu tard, qu’on ne l’y prendrait plus.
- "Noite e dia, eu cantava no meu posto,
espero que você não se importe."
- "Você cantava? Que maravilha! Pois, então, dance agora!"
Maître Corbeau sur un arbre perché,
Tenait en son bec un fromage.
Maître Renard par l’odeur alléché
Lui tint à peu près ce langage :
Et bonjour, Monsieur du Corbeau.
Que vous êtes joli ! que vous me semblez beau !
Sans mentir, si votre ramage
Se rapporte à votre plumage,
Vous êtes le Phénix des hôtes de ces bois.
À ces mots le Corbeau ne se sent pas de joie:
Et pour montrer sa belle voix,
Il ouvre un large bec, laisse tomber sa proie.
Le Renard s’en saisit, et dit : Mon bon Monsieur,
Apprenez que tout flatteur
Vit aux dépens de celui qui l’écoute.
Cette leçon vaut bien un fromage sans doute.
Le Corbeau honteux et confus
Jura, mais un peu tard, qu’on ne l’y prendrait plus.
O corvo e a raposa
O corvo estava pousado em um galho baixo de uma frondosa árvore.
Trazia no bico um bom pedaço de queijo, cujo odor atraiu a raposa.
Esperta, ela ficou debaixo do galho e se pôs a elogiar o pássaro.
— Bom dia, lindo corvo. Se o teu canto for igual à beleza da sua plumagem, você é o soberano da redondeza.
Diante do tamanho elogio, mesmo sabendo que seu piar era horroroso, o corvo ficou tomado pela vaidade, e querendo mostrar seus dotes, rapidamente se pôs a cantar.
O queijo escapou de seu bico, caindo diretamente na boca da raposa, que lhe disse:
— Meu caro, aprenda a lição. É assim que vive o bajulador, às custas de quem nele acredita. O preço disso tudo é este queijo delicioso.
Um tempo depois, o corvo envergonhado e confuso jurou que nunca mais cairia nessa conversa.
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