Pular para o conteúdo principal

Às avessas - Joris-Karl Huysmans



Título: Às avessas
Título original: À rebours 
Autor: Joris-Karl Huysmans
Tradutor: José Paulo Paes
Publicação: 03/11/2011
País: Brasil
Editora: Penguin Companhia

Sinopse*:
Publicado pela primeira vez em 1884, Às avessas se consagrou de imediato como uma espécie de bíblia do decadentismo. E seu protagonista Des Esseintes passou a figurar desde então — ao lado de D. Quixote, de Madame Bovary, de Tristram Shandy — na galeria dos grandes personagens de ficção. Herói visceralmente baudelairiano pelo refinamento dos seus gostos, pelo seu ódio à mediania burguesa, pelo solitário afastamento em que dela timbrava em viver, pelo esteticismo e pela hiperestesia de que fazia praça, encarnava ele, melhor ainda que o Axel de L’Isle-Adam ou o Igitur de Mallarmé, os ideais de vida e de arte da geração simbolista, geração na qual a modernidade teve os seus mestres reconhecidos.



Opinião do convidado ... 

Classificação: 😀 


"Às Avessas" é uma obra desafiadora e proporciona uma experiência de leitura inesquecível. Com uma linguagem hermética, repleta de neologismos e termos raros, além de composta por capítulos que podem ser lidos praticamente em qualquer ordem, a narrativa é um marco das experimentações literárias do final do século XIX. Trata-se, ainda, do livro paradigmático da ficção decadente, cujas características serviram de modelo para diversos outros escritores, tanto na França quanto fora dela. Em O Retrato de Dorian Gray (1891), de Oscar Wilde, por exemplo, a menção a um “livro venenoso”, que teria contribuído para a perdição do protagonista do romance, é normalmente entendida pela crítica como uma referência à obra de Huysmans. A partir da excêntrica e, nos termos da época, “nevrosada” figura do aristocrata Des Esseintes, o volume se constitui como uma excelente porta de entrada para entendermos mais – e darmos algumas risadas, às vezes involuntárias – da sensibilidade artística finissecular. Finalmente, é um texto marcado por uma grande criatividade e revelador de uma paixão inequívoca pelas artes." 

Daniel Augusto P. Silva
Professor de FLE, 
doutorando em Teoria da Literatura e
 Literatura Comparada na UERJ.



Link com o primeiro capítulo - site oficial da Penguin Companhia:


* Fonte: https://www.travessa.com.br/

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Os Colegas - Lygia Bojunga

Para o mês das crianças, "Livro Bacana"* Quando estava na frente da estante, procurando qual livro poderia indicar para este mês das crianças, não tive a menor dúvida de qual deles escolher: Os Colegas , de Lygia Bojunga.  O primeiro livro dessa escritora gaúcha, ganhador de vários prêmios, dentre eles o prêmio Jabuti, é um dos meus livros favoritos da vida. Motivo? Eu só o conheci na fase adulta e ele tocou profundamente a criança que existe em mim.  Essa obra-prima da literatura infantojuvenil brasileira tem como pano de fundo a nossa tradicional e popular festa de Carnaval e o mundo circense. Além disso, as personagens principais são animais, o que dá o tom de fábula para história. Assim, somos apresentados aos cachorrinhos Virinha, Latinha e Flor-de-lis; ao coelho Cara-de-pau e ao urso Voz de Cristal.  Por intermédio da sua descrição física e psicológica, as personagens vão sendo construídas por Bojunga, dentro do universo ficcional. No decorrer da narrativa, o leitor pod

"L'enfer, c'est les autres": um convite à leitura da representação do feminino no romance teatral sartreano em tempos pandêmicos [1]

Considerando que a literatura reflete os valores do tempo histórico em que se insere, entendemos que a expressão do teatro traz para o palco a fruição do discurso literário em sua profunda potência. Sob tal perspectiva, temos manifestações desse viés artístico na contemporaneidade dignos de nota. O beijo no asfalto , por exemplo, peça teatral de Nelson Rodrigues, teve mais uma adaptação recente ao cinema (2017), trazendo os bastidores do filme que encenam a peça, numa discussão entre várias vozes, mesmo as mais caladas, visto que o enredo transcorre às vésperas da ditatura militar do Brasil (1960). A temática de gênero, o controle ideológico por parte dos meios de comunicação e a condição humana como questionamentos do viver e do existir tornaram este trabalho mais que uma mera adaptação. Da mesma forma, os elementos há pouco elencados fazem do teatro de Sartre uma profunda fonte de inspiração para as questões relativas ao existencialismo tanto no final do século XX, quanto para a ref

O relógio das estrelas: Suzana Amaral e Clarice Lispector - Cassiana Lima Cardoso

Dedico aos amigos do cineclube Raul Lopes, especialmente à Lília Olmedo Monteiro, nossa anfitriã.   No livro “A Hora da estrela” (1977), de Clarice Lispector, a personagem Macabéa apaixona-se pela palavra efeméride , termo que Seu Raimundo, também um amante discreto das palavras difíceis, a manda copiar “com sua letra linda”.  Fortuna e infortúnio têm suas nuances. Não por acaso, Eduardo Portella, autor do prefácio do livro, intitulado “O grito do silêncio”, costumava dizer: “o acaso existe”. E previsto ou imprevisto, (não tem a pretensão esse texto, de mais ou menos oitocentos caracteres, quitar a discussão filosófica acerca da questão do destino), morre Suzana Amaral, autora da obra-prima, que é a versão cinematográfica da história de nossa Maca, justamente no ano do centenário de Clarice Lispector. O filme é de 1985, lançado em 1986. Decerto, ambas, escritora e cineasta, habitarão a mesma constelação em nossa memória. Duas mulheres notáveis, que realizaram obras de arte da mesma est